Futebol - Seleção Brasileira, a de temor ou que impõe ofensividade?

Hoje completa uma semana que a Seleção brasileira principal de futebol venceu a Seleção norteamericana, lá na terra do Tio Sam, como díria a música, "essa gente bronzeada mostrar seu valor".

Mas o que me leva a escrever sobre esse futebol que se impõe pela criatividade, logo, de características ofensivas sem deixar de se preocupar com o setor defensivo é que nos últimos 10 anos temos visto dificuldades para superarmos adversários como a Seleção Mexicana e a dos EUA, alguns comentaristas diziam que não se encaixavam na maneira de jogar.

O que ficou evidenciado com a Seleção comandada pelo técnico Mano Menezes derruba aquela teoria que, em se tratando de Educação Física, os ianques tem os melhores laboratórios, muito mais recursos e também cientistas que vão da psicologia do desporto a fisiologia do esforço, nutricionistas e especialistas em mecânica do movimento entre os melhores do mundo, como os devem ser realmente.

Ao que tudo indica, a falta de reflexão imposta pelo golpe de estado de 1964 atingiu a todos que de alguma maneira conviveram com as seqüelas culturais e intelectuais desse período, apontando que ainda estamos estacionados, perdidos mesmo, entre a pedagogia do oprimido tão bem mensurada pelo educador e filósofo brasileiro, esse pernambucamo porreta, Paulo Reglus Neves Freire, a chamada educação pós opressão e os salários dos profissionais de educação, sobrecarregados com excesso de turmas, incompatibilidade de dedicação, planejamento e forçado por um salário pouco maior que de um gari.

Minha prima, Líria Maria, era professora no Rio Grande do Sul e se aposentou. Em um telefonema, me contou que pegou uma prova aplicada aos adolescentes da 7ª série dos períodos matutino e vespertino, então primeiro grau já que parece que a nomenclatura mudou, e levou para fazer um teste entre seus alunos do 2º ano do 2º grau. Em uma turma de quase 30 alunos já adultos, um teria tirado nota pouco acima e uma pouco abaixo de 7.0, o que demonstra que não estou levantando nenhuma tese, mas essa é uma constatação até simples. Tenho todos os dados científicos desse experimento, mas acho que fugiria a ética divulgá-los para assombro ainda maior.

Onde quero chegar com meu raciocínio? Basta refletir.... Se tivemos dificuldades para vencer mexicanos e estadunidenses a explicação não é teórica mas pratica, eles até evoluíram, mas nada que argumentasse jogarmos com tanto receio contra eles. Estou afirmando que nos acovardamos no futebol, tanto quanto nossa seleção feminina de basquete que não acreditou na possibilidade de conquistar a medalha de ouro em uma olimpíada porque a seleção oponente era das americanas. Nos tornamos uma nação que aceita mensalões, dólar na cueca e uma serie de outras atitudes, preparem-se pois vou usar a expressão mais forte que conheço, imorais. O tal largado do Pan chamado com certa insistência como legado é outra aberração.

Ao invés de polir nosso elenco de jogadores, inibimos, exigimos título nas categorias basilares e não a formação de futuros atletas profissionais. Sem revelar nomes, conversei demoradamente com um técnico de categoria de base, ele não sabia que para transformar um atletas que tem características fisiológicas de fundista por exemplo, provas de longa duração como Maratona, em velocista, pequenas extensões, a idade máxima é até 13 anos. Peguei um trabalho muito interessante desenvolvido pelo professor de Educação Física, José Arthur Queiroz, versátil veterinário e ex oficial de quadra do esporte da bola ao cesto, sobre um trabalho específico com uma atleta do Andebol, me recuso a escrever handball ou handbol, no qual ela teve uma melhora de 03 segundos em sua velocidade e também na explosão muscular, evidentemente. Ao compararmos o trabalho desenvolvido pelas autoridades cubanas, autores da tese que só se trabalha velocidade até os 13 anos de idade, chegamos a conclusão que no máximo ele melhorou sensivelmente o desempenho da jogadora.

Acompanhei uma época em que o time do Cruzeiro de Belo Horizonte foi campeão da Libertadores e naquele jogo frente o Bayer de Munique no Minerão perdeu o título. Nele, Jairzinho e Palhinha diziam para os jogadores da defesa, então Raul, Pedro Paulo, Morais, Fontana e Wanderley "aliviem aqui para frente que ainda tem o Ricardo Batata pela direita e o Joãozinho pela esquerda". Isso mesmo, a antítese que o melhor ataque é uma boa defesa. Exigimos tanto esse fundamento que nos esquecemos de ensinar nossos atletas a apoiarem, falta articulador nos grandes clubes de futebol no Brasil.

O Corinthíans tem uma particularidade que não vi seus efeitos, ou seja, se o time profissional está carente de lateral direito, pegam um atacante e fazem-no, da noite para o dia, um lateral, em plena conflito com o que se usa hoje em dia, alas. Não é, pelo menos, estranho? Cortam a criatividade de nossos garotos para exigirem que marquem, se tornem brucutus, médio volante chamado de pé de ferro.

Perdemos completamente nossos valores. Ano passado, o volante Ramalho, passagem pelo São Paulo e uma série de outros times grandes, jogava no Goiás do técnico Hélio Fernandes. Com fratura nas costelas, Ramalho se sujeitou a retornar a jogar com uma recuperação meia boca, não pelos profissionais médicos do time esmeraldino, inclusive o Dr. Marcelo Almeida é quem consulto sobre minhas hérnias de Blue Ray, sou moderno; e propulsões, sendo que é apontado como um dos melhores do país. O rendimento do Ramalho jamais lembrou suas atuações que deveriam anteceder a uma longa recuperação. Resultado, foi sacado da equipe e insultado até publicamente pelo técnico, lógico instigando também a torcida. O meio campista é uma dos melhores atletas do Atlético Clube Goianiense.

É cedo para afirmarmos que ainda somos o melhor futebol do mundo, mas que podemos estar no caminho certo acho que não resta dúvida.

Enorê Brião Bragança

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