Primeiro tenho obrigação de confessar sem nenhum receio. Errei ao distinguir o sistema Analógico do Digital nos artigos anteriores, citando que no Digital pode-se trocar de fenda ininterruptamente, tanto em curvas quanto em retas. Quanto a estratégia de pit stop, o sistema de automação SCX simula re abastecimeno, ou seja, o piloto tem que acionar a alteração de pista no controlador de velocidade e entrar nos boxes, acionar novamente o botão para nova representação, abrir a tampa do tanque de combustível, a partir daí acelerar para encher o tanque, sendo que na realidade, acumula-se energia. Novo toque acionando o botão para fechar o tanque de combustível e retornar a pista. De outra maneira o carro apenas entra no box. Pois bem, disse que se essa energia, o combustível, acabasse gerando uma pane seca, o automodelo poderia ser levado até os boxes e que teria uma redução em número de voltas computadas, mas não é verdade, o sistema elimina automaticamente o competidor ou competidores nessa circunstância, de maneira irremissível, mas nem garoto ou garota de programa conseguem, melhor mesmo é usar a expressão programadores; inverter essa eliminação, pode dar carteirada, a famosa indagação "sabe com quem está falando?", gozar de prestígio político etc., de nada adianta. Acaba a corrida para quem tiver pane seca. Desculpe-me por mais esse equívoco.
Chegamos quase em cima da hora, foi ótimo rever amigos como Ricardo Câmara, Bruno Pinheiro Semeguini, Fernando Curado popular Qüeijinho e o Sílvio Neto que logo estará aqui expondo suas produções de carrocerias. Mas o melhor foi entrar no clima ouvindo as conversar entre os pilotos, sob a tensão dos momentos que antecederam a largada, inclusive, um deles chegou a dizer que parecia menino sentindo a ansiedade, achava incompreensível, como se não pudesse sentir-se abalado por essa emoção.
Foi a primeira competição digital que presenciei e fiquei maravilhado com os automodelos com os faróis ligados passando em alta velocidade pelos 33 m/s de pista, 12 alternadores de fenda em retas, um cotovelo logo após a reta dos boxes, pequena reta com curva a direita passando embaixo de um elevado, nesse trecho o maior congestionamento de saídas de pista.
Desde as primeiras voltas a equipe Vermelha assumiu a liderança e próximo do primeiro re abastecimento a constatação lógica, quando os carros estariam mais leves ou com menos energia vem os melhores tempos, as melhores voltas.
Caso se adie muito a entrada nos boxes, os carros apresentam sintomas de falta de combustível e para os desavisados pode parecer defeito. Existem marcadores especiais que mostram o nível, a quantidade de energia, tanto em um painel como no programa gerenciador de corrida, exposto em um enorme munitor.
Passados 20' um sinalizador sonoro indicava o momento de se cumprir o revezamento de pilotos e a equipe Vermelha recebia ameaça da estreante equipe Preta.
Com defeito nos controladores de velocidade, são individuais, de cada piloto, algumas vezes os automodelos não alternavam as fendas, sempre com a substituição do controle se restabelecia as trocas de pista, nisso a equipe Branca perdeu muito tempo com seus 02 primeiros pilotos, Murilo e Kitty. O nervosismo era evidente até nos competidores mais experientes e com participação em certames brasileiros dos chamados bolhas.
Primeira troca de pilotos e o mais jovem entre eles, Christiano Pê, 10 anos de idade, da equipe Verde deu mostras de sua qualidade ao conduzir seu Corvette ente os 3 primeiros colocados, enquanto era perceptível a queda de rendimento da equipe Preta que caiu da 3ª para a 5ª colocação. Aqui cabe uma observação, sou daltônico e posso ter me confundido com as cores no munitor que aponta todo o gerenciamento e controle da prova.
Uma característica das réplicas é a perda do guia em qualquer saída de pista acrescida de algum resvalo maior. Em compensação, ao invés de trocar contato troca-se logo de guia.
Christiano Pê cedeu a vez para Solon com 02 voltas atrás do 3º lugar, mas marca a melhor volta da equipe Verde, 9segundos e 021 centésimos, chegando a diminuir a diferença para a líder Verde em até 04 voltas, 252 a 248.
Como diriam nossos irmãos portugueses, aparecem as primeiras desatenções com os pisteiros, os repositores que re colocam os automodelos quando saem da fenda. Junto aquelas tradicionais gozações, "quero saber da arrecadação, tem gente assistindo a corrida!", "já que você tá aí parado, por favor, coloque meu carro de volta a pista, caso não seja muito difícil ou pedir muito..", fora os incontáveis "Aí oh" e os "Ohuh", mas tudo levado em tom de brincadeira.
Incontestável é a equiparação do rendimento dos carros, bem parelho, semelhante mesmo.
Fabím Passáglia re assume a condição de piloto vermelho e marca a melhor volta de toda prova, 9s/s e 019 centésimos de s. Nessa altura a disputa pela vitória já se resumia entre as equipes Vermelha, Verde e Branca, essa em pleno ritmo de recuperação. Por longo tempo o empenho da Verde era voltado para se aproximar da Vermelha, variando entre 19 até 14 voltas em desfavor, consolidando uma vantagem entre 10 e 04 voltas para a Branca.
Restando 15' para a conclusão das 03 hs de Goiânia SCX Digital, consolida-se a reação da equipe Branca superando a Verde, com a Vermelha com 737 voltas percorridas, contra 718 da Branca e Verde, empatadas mas com o carro poucos metros a frente. Após o pit stop full, encheu o tanque, Solon recuperou o 2º lugar, ainda com o mesmo número de voltas. Aí entra em cena a experiência do Bruno P. Semeguine, ainda orientado pelo Fernando Queijinho, faz um re abastecimento parcial, consome apenas uma volta para o procedimento, metade do tanque, gasta menos tempo nos boxes e fica com carro mais leve para desenvolver melhor ritmo que o Solon, então, há pouco entupira o tangue.
Essa foi a classificação final e o respectivo nível de energia, uma vez que, foi fundamental para definir o 2º lugar.
Essa foi a classificação final e o respectivo nível de energia, uma vez que, foi fundamental para definir o 2º lugar.
Campeã a equipe Vermelha, Fabím Passáglia, Sérgio e Marco com 772 voltas e 03 traços de energia;
2ª colocada, Branca, Bruno Murilo e Kitty, 753 e 02 traços;
Complementando o pódium, Verde, Solon, Christiano Pê e André Fleury, 750 voltas e 05 traços;
4º lugar, Amarela, Ricardo Câmara, Frederico e Flávio, 738 e 02 traços;
5ª classificada, Preta, Wiltão, Ricardo e Ozílio e em 6º lugar, 06 voltas a menos, a equipe Azul, Chiquinho, André e Fabrício.
Parabéns pelo evento, o Solon veio me buscar em casa e fiz um curso intensivo para andar em sua BMW como passageiro, ganhei até sorriso na parada de um semáforo. Grato pela carona, olha que ele mora em um ponto equidistante entre mim e o local da competição, Jardins Viena, ainda assim me trouxe sem poupar esforços e ainda acompanhando de sua belíssima e educada Filha que me encantava ao vê-la torcendo pelo pai. Em determinado momento ela disse que o pai dela parecia não estar indo bem, perguntei por que se estava disputando a 2ª colocação e ela me respondeu com a propriedade sincera de uma criança preocupada:
- "Papai não pilotou com os olhos fechados como ele sempre faz!"
Ouviria frase semelhante mais tarde.
Durante o caminho de casa o Solon revelou que estava com dificuldade de memorizar o traçado e que naturalmente ficara apreensivo, mesmo considerando ter sido uma excelente competição. Escutei com voz de sono a argumentação da garotinha:
- "Viu? Te disse que já vi meu papai pilotar com os olhos fechados!"
Meus agradecimentos especiais ao Fábio Passáglia e a toda sua família, grandes anfitriões que não me receberam, muito mais que isso, me acolheram em sua residência, com direito a nos emocionar com a prece feita pela Srª. Passáglia antes da prova. Sequer nos apresentamos e espero fazer um outro artigo sobre esse evento com fotos e o vídeo produzido especialmente.
Parabéns a todos os participantes.
Já na cerimônia do pódium, a sensação "de começa de novo" foi unânime. Todos fizeram coro a essa reivindicação.
A próxima competição está em discussão, pois a Equipe Verde se sentiu prejudicada pelo Sistema Digital SCX, não muito confiável em provas de longa duração, alegando que deixou de computar, pelo menos 02 voltas. Particularmente não descarto essa possibilidade, mas acho que o 3º lugar e não 2º deve-se a estratégia dos brancos em complementar a corrida com menos tempo de pit stop e com carro mais leve sem comprometimento em seu rendimento, desempenho, contra o ainda pesado Corvette Verde.
Se precisarem de sugestão aí vai uma, lembrando que sapo de fora nem molha o pé, 06 hs SCX Digital, rodas, pneus, relação coroa e pinhão liberados, motor SCX RX 42B de 19.000 RPM/s e chips sorteados. Seria válida para carros que disputam o Mundial FIA GT1, mas seria realizada com o seguinte regulamento, 06 equipes, cada uma com 03 componentes como piloto, estudando a possibilidade de 04 pilotos por equipe e abrindo espaço para teams de Brasilia por exemplo. Obrigatoriedade de 02 carros diferentes para serem utilizados em 02 turnos de 03hs com intervalo de 40' para acomodar o sistema. Por exemplo, dos carros que participam do FIA GT1 e são fabricados pela SCX: Maserati MC 12, Ford GT, Corvette Z06 e Aston Martin DBR 09, cada equipe escolheria 02 modelos diferentes, dando a oportunidade de quem não esteve bem nas primeiras horas poder se recuperar nas finais. Sinceramente? Até excluiria o Corvette, pois estaria contribuindo no aprimoramento de pilotagem para todos, sem a reconhecida melhor carroceria em aerodinâmica e estabilidade, Corvette.
Enorê Brião Bragança
Valeu pelo toque da Sauber C9 !
ResponderExcluirTera fotos do evento ?
abs