Automodelismo de Fenda - Artífice se especializa em modelos voltados para Réplicamodelismo em Goiânia com a execução da maior pista do Brasil.


Sérgio Gonzales, 47 anos, se diz um humilde marceneiro, mas é um artífice de pistas para o Automodelismo de Fenda e se especializou em na confecção em MDF para réplicas ao executar o traçado projetado pelo proprietário da Mister Jack Autorama, Bar e Pequenos Espetáculos Culturais, Maurício Vianna, com um conceito desafiador ao mesmo tempo inovador para a maior pista do país e talvez da América Latina. São 51 metros de extensão de alta velocidade com inclinações que passam desapercebidas, tudo para explorar a condução de quem está no controle, exigindo ainda mais do acerto de preparação. Trata-se do conceito de pista plana, chamada de bandeija.

Serjão como é popularmente conhecido, era um professor de eletrotécnica que abandonou tudo para atender o chamamento de lidar com madeira. Há 17 anos, desde 1993, começou como auxiliar do mais respeitado projetista e construtor de pistas Slot cars da américa latina, o engenheiro naval Clythio Von Bocrgnhe Haut. "Inicialmente comecei produzindo móveis e um reclames de uma emissora de rádio me paralisou apesar dele anunciar vaga para marceneiro ao invés de auxiliar. Desafiado, não só li o projeto como o interpretei sem dificuldade e passei a trabalhar com o Clythio o que muito me orgulha. Em uma semana já trabalhava sozinho sem supervisão. Minha primeira pista foi para o Luiz Antônio Bernardino, o Gugú, campeão brasileiro e mundial desse esporte renomado no Brasil como Autorama. Foi na Red Fox do Tatuapé. Depois de 06 anos aprendendo muito não só sobre as pistas, mas principalmente sobre o Automodelismo de Fenda em sua essência ainda associando meus conhecimentos de eletrotécnico, passei a trabalhar por conta própria", essa a simplicidade e competência de Sérgio Gonzales.

Até 1998 chegou a fazer uma pista por mês e já perdeu as contas, mas acredita estar próximo de superar 100 pistas fabricadas. Desde 2002 se dedica as pistas de réplicas e seu trabalho ganhou outra dimensão atendendo a clientela que prefere ter pista em residências, chácaras, clubes etc. Correu de bolha com os antigos G - 20.

Ao traçar um parâmetro entre uma pista de bolha, speed, e de réplicas, Sergião argumenta que vai muito além da acordoalha imantada. "A Réplica aproxima o desportista ao seu sonho de consumo no que diz respeito aos grandes carros e marcas, uma reprodução beirando a perfeição. Muitas vezes com as carrocerias de bolha era necessário convencer que carro era, não assemelhava ao carro original. A pista dos também chamados de speed são voltadas para explorar a velocidade total do automodelo, restringindo a participação do piloto ou condutor. Efeito aerodinâmico, asas, carroceria que com o deslocamento do ar comprimia o carro mais junto a pista, motores portentosos e o automodelista era quase que um espectador, passageiro. Nas réplicas não, exige que se dedique ao acerto de preparação, coloque a mão na massa mesmo cmo diriam os antigos, optando quanto a posição do imã, escolhendo qual o diâmetro das rodas e pneus que melhor se adaptam ao traçado, soltar ou apertar sutilmente os parafusos que prendem a carroceria ao chassis, que tipo de pneu e composto usar. Perfil normal ou mais baixo? Espuma, borracha ou silicone? Tamanhos iguais na frente e também traseira? A parte teórica da física é a mesma, isto é, a relação coroa pinhão grande permite redução mais próximo das curvas e com isso se perde a opção de uma maior velocidade final, mas ganha ao percorrer qualquer tipo de curva. Caso a coroa seja menor, 27 dentes por exemplo, a redução de velocidade requer maior espaço de pista, sem comprometer a velocidade final ou soltar o gatilho até a inércia para se fazer as curvas de baixa velocidade. A Réplicamodelismo aproxima os circuitos dos Campeonatos Mundiais as pistas de autorama eliminando inclinações nas curvas para aproveitar ao máximo a velocidade atingida pelos carros speed. Em uma categoria que aceite mais de um tipo de carroceria, o refinamento para ter a melhor carroceria com o melhor chassis é fundamental a tocada de cada automodelista. Nas réplicas existe a alta e baixa performance, além de respeitar o torque máximo dos motores em rpm. Com o advento réplicas, praticamente mobilizou os colecionadores, todos migraram para as réplicas pela plasticidade dos automodelos de qualquer marca. Retomamos o que é a essencial do esporte realmente", afirmou Sérgio Gonzales.

Não sei se por esquecimento ou memso por humildade, mas o Serjão deu um tapa na testa como reação quando mencionei que foi o primeiro a construir uma pista voltada para a participação de desportistas com necessidades especiais. "Nó, isso mesmo, bem lembrado. Foi em 1990, na franquia da Red Fox em Interlagos, fiz a primeira pista para um garotinho que ficava na cadeira sobre rodas em um elevado para ver toda a pista e dali mesmo, sem alterar os fios de seu controle ele competia muito bem e em igualdade de condições com os demais participantes. Também cheguei a ser lojista no litoral de São Paulo, Itanhaem em 1988. No ano seguinte tive de fechar as portas, reflexo da crise com o dólar, sazonal essas crises nessa modalidade de esporte, fator que me fez dedicar a fabricação em plástico injetado de chassis para réplicas, retrovisores e aerofólios, acabei por expandir em muito meu conhecimento e habilidades. Estou extremamente satisfeito em ter desenvolvido esse projeto do Mauricião com a Mister Jack, essa casa diferenciada de entretenimento e esporte. Na próxima pista já farei com aperfeiçoamento ainda maior. Pretendo entregar as pistas prontas já com Diorama a partir dessa experiência, tudo, platéia, serviço de segurança, arquibancada, elevados, torre de imprensa e cronometragem, mecânicos, comissários de pista etc." garantiu Sérgio Gonzales.


Enorê Brião Bragança

Nenhum comentário:

Postar um comentário